segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

TATUAGENS NOS PRESÍDIOS BRASILEIROS – PARTE II

Tatuagem de Cadeia
Além das tatuagens feitas para identificar os próprios crimes, alguns dos detentos são tatuados à força, contra a sua vontade. O objetivo é humilhar os presos diante da população carcerária, seja por vingança ou no caso de agressores e maníacos sexuais. Além das tatuagens, podem ser feitas cicatrizes nas nádegas ou nas coxas, também à força.
Pode ser também que o detento faça a tatuagem por vontade própria, a fim de se identificar para possíveis parceiros sexuais ou para que encontre um “marido” na prisão e, consequentemente, ganhe sua proteção.
Esse é o segundo post sobre tatuagens nos presídios brasileiros. Vale a pena dar uma olhada na primeira parte da série para entender outros significados!
Tatuagens dos homossexuais:
Os homossexuais passivos costumam se identificar pelos seguintes desenhos:beija-florflorcoração transpassado por uma flecha ou com a inscrição “amor de mãe”borboleta, feita nas costas ou no peito; pintas na lateral do rosto; a imagem de São Sebastiãocobra tatuada na perna com a cabeça voltada para a nádega ou tatuada nas costas com o rabo voltado para a nádega; cobra envolvendo uma espada.
Tatuagem de Cadeia
Tatuagem de Cadeia
As sereias podem também ser tatuadas à força em homossexuais e em estupradores e maníacos sexuais, normalmente na coxa.
pinta no rosto é feita à força em condenados por estupro. Ter essa tatuagem indica que o sujeito encontrou um “marido” na prisão, a quem passa a servir sexualmente. Dessa forma, também será reconhecido pelos outros presos como um homossexual passivo. Estupradores ou maníacos sexuais também podem ser tatuados com um pênis em forma de sino, nas nádegas ou nas costas.
Observação importante: o escrito “amor de mãe” é diferente do “amor só de mãe“, que tem aparecido atualmente. Este último é uma indicação de matadores, que amam apenas a própria mãe e não se importam com o resto.
Tatuagem de Cadeia
Fora das prisões, algumas tatuagens também podem identificar criminosos relacionados a grupos organizados para o tráfico de drogas ou a facções. Em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a Polícia Militar desenvolveu um software chamado Fotocrim, que arquiva mais de 300 mil imagens de indivíduos que já foram detidos, de suas marcas, cicatrizes e tatuagens. Foi através desse sistema que conseguiram, aos poucos, identificar os desenhos que indicam ligação com o temido P.C.C. (Primeiro Comando da Capital).
Tatuagem de Cadeia
Tatuagens de facções:
Dependendo da região do país, algumas tatuagens podem estar associadas a facções criminosas, segundo a cartilha de autoria do tenente PM Alden Silva. Tais desenhos podem ajudar aliados a identificar a procedência de um criminoso, por exemplo, quando ele é transferido de presídio.
P.C.C. (Primeiro Comando da Capital): organização paulistana, criada com o objetivo de “defender” os direitos dos encarcerados. Os integrantes se tatuam comescorpião (um dos primeiros desenhos a identificar o PCC, sem indicação de hierarquia), inscrição “Paz Justiça Liberdade” (também identifica integrantes do Comando Vermelho), número 1533 (referindo-se às letras do alfabeto – P = 15, C = 3, C = 3), yin-yang, um símbolo que representa o bem e o mal, uma carpa com o yin-yang ou a morte segurando um fuzil.
Tatuagem de Cadeia
Tatuagem de Cadeia
C.N.C. (Comando Nazista da Criminalidade): facção rival do P.C.C., criada em 2006 na Penitenciária 2 de Guareí, região de Sorocaba, interior do estado de São Paulo. Seu símbolo principal é uma cruz com um tridente ao meio e uma vela de cada lado.
A.D.A. (Amigos dos Amigos): facção que surgiu nos presídios do Rio de Janeiro entre 1994 e 1998, aliando-se ao Terceiro Comando. Seus integrantes costumam tatuar o boneco Chucky.
Tatuagem de Cadeia
C.V. (Comando Vermelho): organização carioca muito poderosa durante os anos 90, da qual fazem parte Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP e Elias Maluco. Seus integrantes se tatuam com as inscrições CV ou CVRL (uma dissidência do grupo) ou com o desenho do personagem Taz, às vezes segurando a cabeça de Chucky, personagem símbolo do grupo rival A.D.A. Os integrantes do A.D.A. também podem tatuar o Chucky segurando a cabeça do Taz.
No primeiro post sobre tatuagens nos presídios brasileiros, destacamos dezenas de símbolos. Já conferiu o material?

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